24/01/2014

Em Salta, Cruel e seco o Norte da Argentina. Carona?

Depois de passar pela montoeira de horas (17h) no trem que atravessa a Bolívia, ficamos com muitas imagens lindas gravadas na retina e dentro de nossa cabeça, além de algumas fotos é claro. Chegando na estaçao final, percorremos o caminho que separa a Bolívia da Argentina a pé. Altitude ainda presente era lembrada com a constante falta de ar nos pulmoes. Chegamos na fronteira e ficamos quase 6 horas em baixo de sol, muito sol, clima muito seco, tudo para carimbar os papéis e entrar de vez na terra do Assado, Tango e Maradona...

Pronto dali para frente era Wagner para um lado e o restante para o outro e assim foi, o Wagner comprou uma passagem para Jujuy enquanto o Cristiano, Lucas e Eu (Joao) seguimos a pé até a auto estrada para pedir carona. Tinhamos bons indicios e boas informaçoes dizendo que naquele local a carona era bem facilitada. Bem isso é fácil de analisar, lendo as respostas nos sites de mochileiros dentro de uma sala com ar condicionado. Na vida real a història foi outra, seguimos caminhando pela carreteira até passar a polìcia, subindo um pequeno morro. Lá em cima montamos nosso centro Brasileiro de pedidos de carona. No início estavamos empolgados, tinhamos comprado uma garrafa de 2 litros de água, era umas 4 da tarde e estavamos prontos para começar. Sol batendo a pino, poeira levantando quando o vento soprava, eu me sentia em um deserto mexicano e logo no início amarrei um casaco na cabeça para proteger do sol, derrepente, logo a frente a uns 200 metros antes da nossa posiçao, um amontoado de umas 6 gurias se juntaram na beira da estrada, objetivo? carona!! isso era concorrencia desleal, mais do que certo que a prioridade da carona seria delas e neste momento começei a pensar em um lugar para montar a barraca e dormir ali mesmo na beira da estrada, entre um cemiério e o altar do Indio Gauchito. Mas nossa idéia era chegar em Salta a 300km dali e de carona, nisso o Wagner passa dentro de um Onibus no conforto do Ar condicionado e abanando por traz do vidro ...
Pouco tempo se passa e notamos que precisamos de um diferencial, a palavra da moda era Marketing caroneiro e o Lucas ficou a cargo de pensar em alguma coisa para chamar a atençao das pessoas que poderiam nos querer. Foi entao elaborada uma placa escrito Brasil de um lado e Salta de outro, o Cristiano fez uma musica e ficava tocando violao a cada carro que passava, eu ficava pedindo carona ao estilo normal, era o trio, era nós e nós, nada mais ... na verdade tinham as 6 gurias e como suspeitavamos pouco tempo se passou até que um carro parasse e as 6 seguissem seu caminho de forma confortável. Pronto agora nao existiam mais empecilhos e depois de umas 3 horas uma S10 parou, entramos e um cara nos levou até uma cidade uns 70 km a frente, ainda longe do nosso destino, mesmo destroçados pela crueldade do deserto seguimos nossa sina ´dedal´ mas escureceu e tivemos que dormir num local chamado Abre Pampa, incrivelmente atraz de um posto de gasolina sem bandeira e ao lado de um cemitério. Dia quente e noite fria, assim é no deserto de altitude e assim foi, acordamos quase tao quebrados quanto antes de deitar, e ficamos na estrada até o meio-dia pedindo carona sem sucesso.
O Resultado disso foi uma pequena febre por exposiçao ao sol e ao frio da noite, tivemos que contar nossos pilas, queimar o dinheiro reserva e comprar passagem de onibus e seguir para Salta onde estamos agora. Também pegamos um quarto perto da rodoviária, nao lembro a ultima vez que tomei um banho, por isso vou me despedindo, a partir de amanha, onibus atraz de onibus até chegar em Porto Alegre ... até mais

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