Onde se chega apenas de barco ou caminhando por três dias. É para lá que vamos, cansados de ver tapes sempre de um mesmo ângulo, vamos caminhando até o pontal de tapes, 60 kilometros entre ida e volta, três dias de caminhada, pouca comida e com certeza muito trabalho, mas vale a pena. Quando você tiver oportunidade de it até Tapes, olhe para a Lagoa dos Patos, procure no horizonte alguns combros de areia baixos, em meio a lagoa, é para la que vamos, caminhando pela incerta margem de uma das maiores lagoas do mundo. Até mais e aguardem as fotos
O que você estava fazendo nesse mesmo dia, no ano de 2010? Não se lembra? Eu sim!
Estava em Oruro, na Bolivia. Depois de uma viagem extremamente desgastante e uma noite sem banho chegamos a esta cidade. O Cristiano estava no auge da sua infecção intestinal.
O plano era simples, tirar um pouco da viagem do corpo em Oruro e no mesmo dia partir para La Paz. Tudo muito simples, em cinco horinhas estariamos na capital boliviana, no único hostal que eu fazia questão de ficar.
A coisa tomou tons de drama quando o Cristiano começou a ter febre e se sentir realmente muito mal. Aí veio ela, a implacável e inevitáveldiarréia. No caminho para a rodoviária ela resolveu dar o ar da graça... tensão, muita tensão... Cristiano acha o banheiro, naquelas alturas não importava se era o pior banheiro da história dos banheiros bolivianos.
Rodoviaria, João diz que temos que medicar o nosso amigo para que ele possa aguentar a viagem. Antitérmico, analgésico, relaxante muscular, remédio para diarréia, e por ai vai...
Ele sobreviveu, nós sobrevivemos. Chegariamos a La Paz, e não nos hospedariamos no meu hostal, devido ao problema do Cristiano, que visitaria a Cruz Roja, para ser examinado e medicado corretamente.
Enquanto isso acontecia, o presidente Evo Morales celebrava sua posse nas ruínas de Tiwuanaco.
Aqui vai um pequeno video para ilustrar o post. Fiquei com preguiça de editar, então sinta-se a vontade para pular o primeiro minuto do video, ou não.
Curta a vida porque a vida é curta
A esperança é a última que morre
O apressado come cru
(e todos os ditados populares que vc possa pensar)
A um ano, tinhamos acabado de chegar em Potosí, no topo da Bolívia. Destaquei no post daquele dia os problemas com a altitude que não era nada fácil, limitação física. Também estava facinado com a visita as minas de prata. Pensando naquilo tudo hoje dou mais valor ao comentário de meu amigo no post daquele dia.
"cara...pára um pouco e pensa onde tu tá...como tu queria estar nessa viagem... olha tudo com todos os detalhes...repara nas cores, nas paisagens, nas pessoas e guarda na mente..."
Hoje é isto que tenho na minha memória, eu também falaria sobre aquele louco mercado da cidade, um gostoso café da manhã com os pães que davam gases :-).
Saindo de Potosí fomos para o deserto de sal em Uyuni, queria ter mais tempo para conhecer melhor a cidade de Potosí... talvez na próxima oportunidade. O Lucas fez um ótimo post, naquela época, resumindo tudo o que estavamos passando naquele momento, fazia uma semana que não tinhamos rotina alguma, ou se preferir, a rotina de estar sem rotina.
Antes de chegar em Potosí, pegamos estradas destruídas até Sucre, uma cidade muito legal e que me deixou muita saudade. Todos nós ja estavamos apaixonados por aquele simples e simpático país que é a Bolívia.
Hoje consultei o histórico do mês de janeiro de 2010 no latipac e escrevia um post agradecendo a todo apoio que o pessoal me dava na viagem, eu estava nervoso, mas ao mesmo tempo entorperico pelo que viria a acontecer. Lembro que quando escrevi este post eu estava deitado em minha cama e não conseguia dumir e três dias depois eu estava em uma cidade boliviana de fronteira, em uma pousada muito simples, sem choveiro quente, roupas molhadas e com fome. Estava exatamente onde eu queria estar e era somente o primeiro dia.
